São Félix de Cantalício

São Félix de Cantalício foi um irmão leigo capuchinho, canonizado pela Igreja Católica. Foi o primeiro irmão capuchinho a ser reconhecido como santo.

São Félix de Cantalício foi uma das mais populares e mais características figuras da Roma do século XVI.

Nasceu na aldeia de Cantalício, pequena povoação no sopé dos Apeninos, próximo de Rieti, no ano de 1515.

Filho de camponeses, viveu a infância e juventude no campo. Na adolescência foi trabalhar como pastor e lavrador em uma grande propriedade. Alimentava sua fé praticando penitências, oração contemplativa e a caridade.

Até os 30 anos, trabalhou no campo, como agricultor, viajando, depois, para Roma. Porém, não para gozar dos divertimentos da gente da cidade nem para melhorar a sua condição de pobre e humilde aldeão.

Em 1547 mudou-se para Roma, residindo no Convento de São Boaventura.

Entrou como irmão leigo na Ordem dos Capuchinhos até à sua morte em 1587, dedicou-se a pedir esmola de porta em porta no Convento de São Nicolau, hoje chamado de Santa Cruz dos Luccesi.

Passava pelas ruas de Roma, com o seu áspero e pobre hábito, pedindo esmola, não só para o Convento, mas também para os pobres e para os doentes.

A todo aquele que lhe dava qualquer coisa dizia sempre:

“Deo gratias!” (Graças a Deus).

Aos que não lhe davam nada, dizia também:

“Deo gratias”.

Por isso, ficou conhecido como o Frei Deo gratias.

São Filipe de Neri, o apóstolo florentino dos romanos, deu logo por ele e tornou-se o seu grande amigo. Quando São Filipe o encontrava na rua, pedia-lhe publicamente conselhos e ensinamentos.

A simplicidade espontânea e popular de Frei Félix rodeava-o de uma admiração gratificante.

Félix tinha temperamento místico. Dormia apenas 3 horas por dia. O resto da noite consagrava-o, na igreja, à oração, na contemplação dos mistérios da vida de Jesus. Comungava todos os dias o Corpo do Senhor.

Nos dias santos era seu costume fazer a peregrinação às Sete Igrejas de Roma ou, então, visitava os doentes nos diversos hospitais da cidade.

Alimentou sempre uma terna devoção para com Nossa Senhora que lhe apareceu diversas vezes e lhe entregou o Menino Jesus que ele estreitava amorosamente nos braços.

Nos seus contatos quotidianos com o povo, foi conselheiro espiritual muito eficaz da gente humilde e da própria aristocracia da Roma renascentista.

Durante muitos anos, após a sua morte, as meninas e senhoras de Roma continuavam a cantar as cantigas e as baladas que ele havia composto e ensinado.

São Félix de Cantalício costumava passar as noites em oração.

E por rezar de forma árdua, por vezes entrava em êxtase, a exemplo de outros santos como Santa Teresinha do Menino Jesus e São Francisco de Assis.

Em um desses momentos, ele teve uma visão, na qual a Virgem Maria aparecia a ele com o Menino Jesus em seus braços e o entregava. Geralmente, as imagens de São Félix retratam-no com Cristo em seus braços.

Morreu aos 72 anos, no dia 18 de Maio de 1587, arrebatado numa visão de Nossa Senhora. A sua sepultura, na igreja da Imaculada Conceição dos Capuchinhos de Roma, converteu-se em lugar de peregrinação.

Logo após a sua morte, o Papa Sisto V (r. 1585-1590) iniciou o processo de beatificação. Foi canonizado em 1712 pelo papa Clemente XI.

A Igreja Católica comemora este santo no dia 18 de maio.

Oração :

Senhor, que em São Félix de Cantalício destes à vossa Igreja e à Ordem dos Frades Menores Capuchinhos um admirável modelo de simplicidade evangélica, concedei-nos que, a seu exemplo, edifiquemos o vosso povo com a mesma irradiante alegria que o tornava amável para com todos. Por nosso Senhor.